
10/03/2009
CAMILO SOARES - CENTENÁRIO

10/02/2009
DRUMMOND: A PEDRA E A CORROSÃO


9/22/2009
JOGO DE PALAVRAS - LANÇAMENTO
8/22/2009
TEATRO NA FIC - "PRESENÇA DE NERUDA"
8/15/2009
FESTIVAL AUDIOVISUAL DE CATAGUASES - 1969
8/07/2009
"A GUERRA" NA FIC
CURSO "DINÂMICA DO TEXTO" NA FIC
6/10/2009
MYTHOS - Revista Acadêmica da FIC

Desenho da capa: Dounê Spinola. Capa: Natália Tinoco. Edição: Joaquim Branco
5/13/2009
LITERATURA BRASILEIRA: III ROMANTISMO

5/05/2009
CURSO "A POESIA DOS ANOS 60" NA FIC
4/17/2009
3/15/2009
TOTEM 1979 - FIC 2009
LITERATURA BRASILEIRA - II ARCADISMO
2/22/2009
TEATRO - "O fazedor de labirintos"
2/14/2009
LITERATURA BRASILEIRA - I QUINHENTISMO E BARROCO

12/21/2008
POEMA DE FRANCISCO MARCELO CABRAL
ESTE MOMENTO TEM NOME
Francisco Marcelo Cabral
Este momento tem nome: êxtase.
A luz dura do sol no teu olho cerrado
o zumbido de insetos delicados,
o ácido sal da vida,
o pulso e o ritmo ofegante do ar que te penetra.
Submerges nesta fresta do tempo
e sentes o universo tocando o teu ser,
tão íntimo que o podes separar em fruto e semente
tão sem limites em suas onze membranas
que nele tudo cabe inumeravelmente
tão diversamente o mesmo que não te contém e contém.
Não estás morrendo, sossega.
Apenas navegas em estilhaços
Como a estrela que explode na constelação do Centauro.




12/18/2008
CATAGUASES - História
12/11/2008
11/23/2008
CATAGUASES 2009: DOIS CENTENÁRIOS
11/07/2008
11/04/2008
REVISTA MYTHOS
9/18/2008
LECY DELFIM VIEIRA (1942-2008)

7/11/2008
POEMA DE P. J. RIBEIRO

6/27/2008
O POEMA EM PROSA
6/21/2008
POEMAS NA BLOGOSFERA
Pistas de "leitura" - poema visual de 1968, refeito em versão computadorizada em 2004, em que se usa a denominação "Flower-Power" no duplo sentido de movimento pacifista norte-americano e de oposição semântica e coincidência fônica entre os vocábulos: "Flower" X "Power".
6/01/2008
A HORA DO MESTRE
A HORA DO MESTRE
Joaquim Branco*
Infelizmente, por uma dessas questões do destino, nunca fui aluno do professor Antonio Candido. Ele lecionou teoria da literatura por muitos anos na Universidade de São Paulo e hoje, aposentado, dedica-se a artigos e livros e a palestras em congressos e eventos literários.
Mas conheço grande parte de sua obra, onde aprendi lições fundamentais com a inteligência, o talento e principalmente a simplicidade objetiva de seus textos teóricos e críticos.
Pelo Correio e de surpresa, chegou-me, porém, no final de 2007, por iniciativa de um amigo (Ronaldo Cagiano), um verdadeiro presente de Natal e fim-de-ano: o Estudo analítico do poema, que nada mais é do que um curso ministrado por Candido em 1963 para uma turma de Letras da USP, e, na época, mimeografado por alguns professores. A Editora Humanitas recentemente o editou.
Imaginem a oportunidade que tive de ‘assistir’ a algumas de suas aulas e a preciosidade, que, de agora em diante, está ao alcance de todos.
Candido inicia suas considerações pelos conceitos de poesia e poema, poesia e literatura e apresenta o programa do curso. Passa em seguida às noções de análise e interpretação do poema e outros itens.
Há, no livro, outro capítulo interessantísssimo sobre os fundamentos do poema, em que penetra na sonoridade e no ritmo com rara propriedade, e também no metro e no verso, baseando suas lições em conceituações próprias, nas de outros teóricos, e em clássicos, românticos e modernos como Camões, Gonçalves Dias, Bandeira e outros.
O autor reserva sua última intervenção para a natureza da metáfora, introduzindo teorias de Vico, passando por Freud e Jung e chegando a Bachelard.
Com este pequeno volume de 160 páginas, Antonio Candido nos proporciona, no mínimo, uma bela viagem, na qual quem sai premiado, por momentos de sensibilidade e argúcia poética, é uma solitária e afortunada figura, à qual Borges constantemente gostava de se referir: o leitor.
*Professor das Faculdades Integradas de Cataguases; doutor em literatura pela UERJ;
pós-doutorando em ciência da literatura pela UFRJ.
joaquimbranco.blogspot.com
www.joaquimbranco.cjb.net
3/19/2008
POEMAS NA BLOGOSFERA
3/13/2008
2/17/2008
OSWALDO ABRITTA - Poema

A rua da Estação em Cataguases,
à noite, é silenciosa
e os automóveis sobre ela deslizam
como se deslizassem sobre um tapete...
Passam homens, mulheres apressadas
para o footing da Praça Rui Barbosa,
onde eu vejo sempre uma melindrosa
defendendo o charleston e falando
em crepes da China e fios de Escócia
e meias bege...
Mal sabe ela que eu a sigo silencioso
só porque ela se parece com um mapa
da América do Sul, colorido...
A rua da Estação em Cataguases, durante o dia,
é tumultuosa como os grandes centros.
Passam rapazes sem paletó e vão dizendo "olá "
para os conhecidos...
Caminhões, carroças...
Tudo exprime vida, força, energia, entusiasmo
nesta cidade principesca...
A rua da Estação é a vida de Cataguases.
(16.01.1928)
(na foto: Oswaldo, a esposa Yolanda e o filho Luiz Carlos, em 1938)
OSWALDO ABRITTA

2/16/2008
HISTÓRIA DE CATAGUASES - Educação

2/15/2008
CAMPO DE POUSO I

Joaquim Branco
“Às vezes também penso, e imagino, que o que me dá realmente este enjôo constante é o movimento de rotação da Terra.”
“[...] cheguei até à beirada do planeta e olhei pra baixo. Sabes que não tinha nada lá? [...]”
(Lecy Delfim Vieira)
Espanejar a memória. Desligar o painel como na vídeo-tela.
Escurecer por dentro. Fim.
As cortinas de par em par na torre: abertas agora por um botão.
KJ-1 vê a noite, quase refeito. Ele sustenta náuseas de tempos que se acumularam em fatias de bolo. Por isso foi que tremeu, num susto, em lances de sonho.
Esses transportes à outra realidade haveriam de ser sempre mal lembrados. Não dera jeito de se livrar da memória ainda, como também dos sonhos rápidos. Num segundo, vira YU-15, NO-3 e WRE-17, figuras embaçadas de épocas passadas e ruins.
Das alturas da torre em que mora e pela vista magnética aos seus olhos, um grande setor do Campo de Pouso parece fantástico demais para ser visto. Como o que havia acontecido em sua vida anterior.
Pontos luminosos no horizonte, brilhos de outras torres mais distantes, um jato puro passando, o violeta saído de cores difíceis de se descrever, no ar.
Nuvens-flocos mais escuras que claras. Tonalidades no céu, na pré-manhã, noite ainda. Silêncio natural. Focos de luz relanceando vez ou outra.
Ele fora para ali recentemente, mas como difere de outras eras, esse tempo.
Aquele outro formava um compartimento estanque com espaços marcados e horas definidas.
KJ-1 passara pela colônia de estímulos e fizera primeiro um tratamento de adaptação.
No Campo de Pouso, agora aguarda as reações e partirá para ‘novas tendências’, como haviam previsto os seus iniciadores. Para os técnicos do KRJUYC talvez essa fase de transição e a simples colocação no Campo possam levar KJ-1 a um plano melhor, e talvez nada mais seja necessário, devido ao nível de seus conhecimentos. Havia sido um especialista em ficção científica, um indivíduo sensível.
As alterações na memória levaram, porém, KJ-1 a uma preocupação maior. Depois das técnicas iniciais, aprendera o médium-tônus-ócio. E criara um vazio interior indefinível. Não poderia dizer que fosse bom ou ruim. O certo é que KJ-1 voltara a um estágio pré-cultural e as coisas ficaram distantes e desinteressantes.
Os olhos de KJ-1 não sabem perguntar mais nada: as torres onde mora fecham-se numa solidão de régua e compasso.
Há muitos dias que não ligava a vídeo-tela. Não lhe interessam as notícias, a ludo-arte ou o make-messages. Está vivendo ainda do mal, ao sabor, no entanto, de uma esteira de tecnologia e lazer, como os demais naquele Campo. Por vários dias, anda lentamente em seu life-room. Os olhos fixos no grande visor da torre.
Agora começa a sentir novamente. Não são bons sinais para quem vem de lutas psicológicas antigas e pensa estar fora de um tempo-espaço convencional. Por certo não há lugar mais para angústias e problemas individuais. Isso o assusta ainda.
E internamente KJ-1 já estivera preparando terreno para uma saída dessas, desde que passara a ter contato com o pessoal do Campo de Pouso.
O psicológico só beneficia tiranias mentais – pensara certa vez. Blasfema para o ar. E o éter lá fora, no nível das torres, parece diluído e filtrado, como nas galáxias que aprendera a ver na tela, em horas variadas.
“Estrelas natimortas”, “a fria constelação do Touro”, tudo lembra um poema de Faustino. Bahh!!! Velhas idéias.
De repente vê os limites da noite na Terra, em confronto com as imagens pretas de uma visão extra-terrena.
E, na vídeo-tela, aos poucos, seu decifrador de idéias traduz, em filamentos, um estranho esboço visual que logo reconhece claramente. Não pode acreditar no que vê.
Então KJ-1 – ao mesmo tempo que parece ensaiar as idéias – codifica o pensamento, e a máquina imediatamente recebe seus impulsos, mostrando no visor as primeiras palavras de um longo texto em que se vê mergulhar:
Campo de Pouso, 21 de janeiro de 1974.
2/04/2008
POEMAS NA BLOGOSFERA
1/30/2008
GRANDE HOTEL VILLAS

1/26/2008
VIAGEM - poema de Guilhermino César
VIAGEM
O destino? Cataguases.
Quero depressa chegar.
O motivo da viagem
não é segredo nenhum,
virá nas folhas de cá:
- Embarco pra Cataguases,
que lá me vão enterrar.
Por favor, façam depressa
o transporte para o chão
do meu corpo e seu fedor.
Não deixem pelo caminho
mazelas que foram minhas,
herói de infeliz amor.
Me arquivem logo no chão,
no frio barro vermelho
do outro lado do rio,
um pouco depois da ponte
(com licença do Ouvidor).
Cubram, idem, o monturo
com pedra, areia e cimento,
mas não deixem nenhum brilho,
nenhum sinal exterior
que inda aos pássaros engane,
que a visitas e coveiros,
jornalistas e parentes
recorde o silêncio escuro
em que dormindo me fique.
Depois, me larguem, me olvidem.
Que eu seja bem digerido
pelo chão de Cataguases,
reino de Minas, Brasil.
(in "Lira Coimbrã e Portulano de Lisboa",
Livraria Almedina, Lisboa 1965)
(ilustração de Maria Antônia A. Rodrigues)
GUILHERMINO CÉSAR
Participou do Movimento Verde nos anos 20, em Cataguases. Poeta, crítico, romancista e professor universitário. Autor de vários livros como Lira Coimbrã e Portulano de Lisboa, Cantos do canto chorado. Fez carreira como professor na UFRGS, em Porto Alegre, e, como professor visitante, fundou a cadeira de Literatura Brasileira na Universidade de Coimbra, em Portugal, onde esteve por 4 anos. Neste ano, comemora-se o Centenário de Guilhermino César com inúmeros eventos aquém e além-mar.
12/24/2007
MUDOU O NATAL OU MUDAMOS NÓS?

MUDOU O NATAL
OU MUDAMOS NÓS?
Joaquim Branco
É mais fácil se encontrar a temática natalina nas páginas dos jornais, almanaques e revistas do que propriamente nos livros de literatura. E, dentre esses últimos, nota-se a preferência dos escritores mais para os gêneros conto e crônica do que para poesia ou romance.
Na literatura europeia, de mais tradição que a nossa, respingam aqui e ali obras de renome que tratam dos temas de Natal: as de Maupassant, Gorki e Dostoievski e alguns outros. Não são muitas.
No Brasil, menos ainda: as de Machado – é claro –, Mário de Andrade, Drummond, João Cabral e poucas mais, entre as dignas de nota.
Nestas considerações, vamos destacar apenas um estrangeiro e um brasileiro: de um lado, o inglês Charles Dickens (1812-1870) e, de outro, o nosso João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Assim, a balança fica de certo modo equilibrada.
Dickens, para os leitores britânicos, praticamente inventou o Natal com o conto “O Natal do Sr. Scrooge” (“A Christmas Carol”), publicado em 1843, pois imediatamente conquistou todo o público de seu país e depois o mundo. A magistral história de Dickens narra a véspera e o dia de Natal do infeliz Sr. Scrooge, um avarento que atormentava a vida de seus empregados e de todos os que o rodeavam.
Na noite do dia 24 de dezembro, quando se preparava para dormir, lhe aparece o terrível fantasma de um antigo sócio, o Sr. Marley. Passado o susto inicial, o velho Scrooge ouve a aparição lhe dizer que seria perseguido por três espíritos e estes iriam lhe mostrar o Natal passado, o Natal presente e o Natal futuro. Scrooge viu, então, passar diante dos olhos acontecimentos pavorosos de sua vida, durante toda a noite.
Quando acordou no dia seguinte, sentiu-se aliviado e transformado em outro homem, e com a possibilidade de se penitenciar do mal que fizera durante a vida. Logo começou a distribuir alegremente presentes e felicidade aos parentes, empregados e a famílias de conhecidos. A história de Dickens é um clássico da redenção de um homem pelo arrependimento, no estilo romântico de seu tempo, o século XIX.
Bem outra história nos conta em versos o poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto, com “Morte e vida severina”, um Auto de Natal pernambucano publicado no século XX, em 1956, e que obteve o maior sucesso quando o compositor Chico Buarque de Holanda o transformou numa peça musicalizada.
Nele, Cabral realça o lado social em detrimento do religioso, mas a obra ganha em dimensão humana. A descrição da vida nordestina ‘coincide’ com as agruras do brasileiro pobre e marginalizado para, no final, retomar o motivo religioso e natalino com a alegria do nascimento de um menino-símbolo.
São histórias bastante diferentes, a de Dickens e a de Cabral. Na primeira, o protagonista se redime para penetrar e ser aceito no Romantismo do Oitocentos; no outro, o personagem principal, integrado à paisagem e à miséria do século XX, se supera pela esperança no nascimento de um filho. Estariam ambos, cada um a seu modo, dentro do espírito natalino de seus tempos?
Agora quem sabe possamos responder à insistente pergunta de Machado de Assis no final de seu conhecido “Soneto de Natal”: “Mudaria o Natal ou mudei eu?”
(Fotomontagem: Natália Tinoco)(Desenho de Cabral: Di Carrara)
12/14/2007
11/30/2007
CATAGUASES - História
11/23/2007
CATAGUASES - História

Em 1886 foi fundado o Colégio Webster pela professora portuguesa Carolina Webster, seu marido - o inglês Denis Webster - e outros professores. Funcionava como internato para moças, em São Diniz, município de Cataguases.
Em 1898 o colégio foi fechado devido à morte de muitas alunas e professores em conseqüência da febre amarela que chegou à cidade em 1889. (Dados obtidos com o prof. de História Gilmar Moreira Gonçalves)