1/02/2024

POEMA PERPLEXO - VERSÃO EM BORDADO

No Condomínio Aldeia da Cachoeira das Pedras, Maria de Nazaré e suas amigas fazem maravilhas com seus bordados utilizando poemas curtos. Obrigado pelo aproveitamento do meu poema que agora parte para novas terras...

12/21/2023

O PRIMEIRO LIVRO SOBRE A REVISTA VERDE DE 1927

Minha tese de Mestrado no CES/JF, este foi o primeiro estudo acadêmico sobre o Movimento Verde de Cataguases ocorrido em 1927, e considerado uma das vertentes do Modernismo no interior do país.

12/08/2023

O 1º SUPLEMENTO LITERÁRIO: SL/D (Suplemento/Literatura/Difusão) - 1968

No dia 08/03/1968, o jornal "Cataguases" anunciava a criação do suplemento SL/D (Suplemento Literatura Difusão) com novidades literárias. O entusiasmado texto era de Eli Barbosa, então redator-chefe do jornal, intelectual que deu guarida às novas ideias que surgiam na época. E esse apoio foi primordial para que desenvolvêssemos vários números subsequentes. Foto Adriana Monteiro.

NOSSO 1º JORNAL - "O MURO" - de 1961 a 1962

Há pouco mais de 60 anos, o grupo Totem editava seu 1º jornal. Era assim que os movimentos começavam. Era uma publicação mimeografada, com as restrições tipográficas e financeiras da época, todos estudantes e muito jovens. Mas conseguimos tirar 11 números pela teimosia e vontade de escrever. O título, inspirado num livro de Jean-Paul Sartre, já demonstrava a que veio.

12/03/2023

O POEMA QUE VIROU MÚSICA

O POEMA QUE VIROU MÚSICA Joaquim Branco. A Arte quase sempre nos engana, ou melhor, percorre caminhos inauditos, até inimagináveis. Assim aconteceu com o poema “Certeza da morte”, escrito provavelmente em 1928 por Ascanio Lopes (1906-1929), em apenas 6 versos, e incluído pelo autor na série “Sanatório”. Ascanio estaria internado numa clínica nas proximidades de Belo Horizonte, em tratamento de tuberculose, na época uma doença incurável. Seu sofrimento perpassa vários poemas premonitórios e de preparação para sua morte aos 22 anos. Pois eis que esse poema ficou mais ou menos inédito até 1967, quando o poeta-crítico Delson Gonçalves teve a feliz ideia de editar um livro com a obra de Ascanio acompanhado de preciosos comentários críticos e biográficos. Praticamente essa edição foi a que fez chegar até nós, cataguasenses, a obra de Ascanio Lopes. Agora, muitos anos depois, um trio se reúne e transforma “Certeza da morte” em música: Vanderlei Pequeno (música), Juca Fusco (voz) e Ezequiel Sabino (arranjos) realizam um trabalho digno de Ascanio Lopes e com rara sensibilidade nos entregam o poema revisitado musicalmente. Eis o poema: CERTEZA DA MORTE Ascanio Lopes. Eu sei... Eu sei... Mas não choro, nem clamo. O pranto é amargo e inútil e meu clamor não alcançaria o céu. Nem desespero: de nada vale o desespero, ante as coisas irremediáveis.

NATAL EM GAZA

Em dezembro de 2016, publiquei o poema "Natal em Aleppo", interpretando o cerco a essa cidade e a situação terrível dos seus habitantes. Agora, em dezembro de 2023, retratando os horrores que se passam na Faixa de Gaza, no mesmo Oriente Médio, tive apenas que mexer no título do poema para "Natal em Gaza". O terror é o mesmo, infelizmente.

11/16/2023

CONVITE PARA EXPÔ DE REVISTAS DE ARTE DO BRASIL

Convite recebido ontem - 15-11-2023 - do curador do Espaço Líquido, de São Paulo, Amir Brito Cadôr, para uma exposição de Revistas de Artistas do Brasil:

11/13/2023

CATAGUASES, FUNDAÇÃO HISTÓRICA

Situada no sudeste mineiro, na região da Zona da Mata, Cataguases tem cerca 495 km2 de área e fica a 167 metros de altitude. Tradicionalmente sua importância econômica está ligada ao seu parque industrial de tecidos, mas cada vez mais se confirma que o principal foco de interesse e de atração mesmo é a cultura. Isso se deve à projeção que o Movimento Verde na literatura e o pioneirismo de Humberto Mauro no cinema lhe deram, transformando-a em pólo artístico e cultural a partir de meados da década de 1920, com continuação em ciclos subsequentes.
A cidade surgiu como povoação por volta de 1828, quando chegaram os primeiros colonizadores, liderados pelo francês Guido Marlière, nomeado coronel-comandante das Divisões Militares do Rio Doce e encarregado da catequese dos índios pelo imperador dom Pedro I. Na ocasião, um dos habitantes da região, o sargento de ordenanças Henrique José de Azevedo, doou boa extensão de terras à Província de Minas Gerais e, junto com Marlière, demarcou o território da povoação de Meia Pataca. A produção de ouro em Minas, que começara a decair em finais do século XVIII, chegava à exaustão, e o governo, que já rompera “a interdição da floresta atlântica”, a partir de 1814, viu os primeiros deslocamentos humanos partirem para a Zona da Mata.
Somente em 1842, vindo de Lagoa Dourada, chegou à região para se estabelecer o fazendeiro Joaquim Vieira da Silva Pinto, conhecido mais tarde como Major Vieira. Fixou-se no Glória, com sua família, onde construiu a sede da Fazenda do Glória e criou um respeitável patriarcado com a participação dos vários ramos de sua família, em que os principais eram os Vieira-Resende e os Dutra-Nicácio. Ocorreu intenso progresso ao seu redor e sob sua orientação, especialmente pelas plantações de café, que atraíram outros sitiantes e fazendeiros em busca do “novo Eldorado – a Zona da Mata”. Impulsionada pela agricultura – em especial, o café – a cidade progredia ainda em pleno século XIX, e o novo chefe político, o coronel Vieira, demonstrando ter preocupações culturais, enviou seis de seus filhos para o famoso Colégio do Caraça e um para o Colégio Militar. Tornaram-se mais tarde grandes advogados e depois juristas de renome.
O primeiro trem-de-ferro e o telégrafo chegaram em 1877, com a elevação da vila a município. No ano seguinte, foi criada a primeira loja maçônica: ‘A Flor da Viúva’. Em 1893, com a eclosão no Rio de Janeiro da Revolta da Armada, milhares de pessoas tiveram que abandonar a capital federal, perseguidos pelo governo do Presidente Floriano Peixoto. Nessa época dirigiram-se para Cataguases figuras ilustres como o poeta Osório Duque Estrada, a família do Almirante Saldanha da Gama, Quintino Bocaiúva, a professora portuguesa Carolina Webster e seu marido, o inglês Denis Webster, e muitos outros professores, que passaram a exercer influência na cidade, fundando colégios e jornais e desenvolvendo o gosto pelo teatro e os saraus.
Florescia no município um grupo de advogados e juristas, ampliou-se o comércio, multiplicaram-se os jornais como O Povo, O Popular, Eco de Cataguases, O Agricultor, A Quimera, e apareceram duas publicações maiores: a Revista do Interior (1915) e a Revista da Mata (1917). Outro marco significativo foi a inauguração, em 1896, do Teatro Recreio, que, mais tarde, se transformou em cine-teatro. Ali eram representadas peças de companhias do Rio de Janeiro e também de autores locais, e porteriormente filmes.
O representante cataguasense na Câmara de Deputados – Astolfo Dutra – foi reeleito presidente por seis legislaturas. Em 1910, os portugueses Manuel Inácio Peixoto e João Duarte Ferreira fundaram o Ginásio Municipal, que tornou-se, dirigido por Antônio Amaro, uma instituição de nome em toda a região. Quatro anos depois, dentro do colégio, surgiu o Grêmio Literário Machado de Assis, em cujas sessões iniciaram suas experiências os integrantes do que seria mais tarde o Movimento Verde na literatura.
Todos esses eventos – e outros que escapam a esse resumo – antecederam o destino de Cataguases para a cultura. No entanto, foi com o trabalho dos ‘verdes’ – no grêmio, nos jornais e revistas – que aconteceu a ruptura com a velha ordem para se instalar o Modernismo em Cataguases. A ação desenvolvida pelo grupo deveu-se à ação de cada um dos participantes do movimento, desde meados dos anos 20: Ascânio Lopes, Camilo Soares, Francisco Inácio Peixoto, Rosário Fusco, Enrique de Resende, Christophoro Fonte-Boa, Martins Mendes, Oswaldo Abritta e Guilhermino César. Sua atividade se dividia em quatro jornais principais: "Mercúrio" (da Associação dos Empregados do Comércio), "Jazz-Band", "O Estudante" e "Cataguases", que foram o tubo de ensaio para a criação da Revista Verde, que viria em 1927