A narrativa ficcional de Carolina Valverde intitulada «Antes do Nome» (Belo Horizonte: Cas’a, 2023) nos brinda com o protagonismo feminino de vinte e dois personagens nomeadas – de Carla a Aurora – em que cada uma dá título a um conto.
O texto como um todo apresenta característica formal que consiste na utilização de parágrafos grandes e compactos, variando algumas peças para o uso de minúsculas no início das frases como a indicar quase um monólogo interior dentro da narrativa global.
Também em “Clarice”, há a mesma simbiose protagonista-narradora:
“E o livro em seu corpo. Ficava lá imaginando as curvas que as frases deveriam fazer antes de chegar às páginas dos livros. Queria compreender aquele universo de labirintos que, quando lido, fazia que ela se encontrasse fora do caos de sua própria mente.” (p. 18) (“Clarice”)No diálogo entre a senhora e a cuidadora, o perfil desta transparece na escolha das palavras:
Ou quando dona Celeste conversa mais uma vez com Lourdes:
Assim nos parece o livro de Carolina Valverde: boas estórias, domínio do texto e uma estreia auspiciosa da autora. O que de melhor poderíamos dizer?
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