8/31/2007

ASCÂNIO LOPES

Ascânio Lopes (1906-1929), poeta do Movimento Verde, em quadro do pintor Slotti. (coleção Joaquim Branco)

8/19/2007

"DIA DO JUÍZO", DE ROSÁRIO FUSCO



Dia do Juízo, para muitos, o melhor romance de Rosário Fusco. Capa de Darel, Editora José Olympio, 1961.

PRÓ-TEXTO




Não me abandonarei à fadiga, lançar-me-ei inteiramente na minha novela, ainda que tenha de me cortar no rosto (Franz Kafka)






Texto viu o mar de interjeições à sua frente, e suas letras pulsaram.

Rodeou então e deu de ombros.

Quando é que seria afinal um sujeito sem perspectivas, livre de tudo isso?

Texto queria ser ele mesmo. As palavras dentro do corpo, guardadas, mas os pensamentos dos outros só faziam usar o seu material. Abusando, quebrando palavras, cortando frases, eclipsando verbos, com essas idéias malucas na cabeça, sem construções próprias.

Achava que cada um deveria ter o seu texto, já que de metáforas e símbolos todo mundo podia dispor à vontade. Com isso, seu material estourava sempre, precisava de remendos. Fundia, então, novas locuções ou reconstruía velhas formas, nada adiantava. Texto servia aos outros.

Essas orações sovadas para antigos discurseiros o chateavam mais que tudo. Memorandos e cartas, também. A burocracia procurava utilizá-lo a todo momento.

As novidades literárias é que já eram em menor número: felizmente alguns se cansavam dele; eles queriam fazer filmes, televisão, rádio, novas fórmulas.

Texto ficava aflito ainda com a disposição da maioria em utilizá-lo em histórias intermináveis. Volumes maçudos numa prosa cansativa, com as mesmas palavras, ou estudos e ensaios em mero blá-blá-blá. Poesias aguadas, ficção repetitiva.

Texto sondou suas dúvidas, pensou mais uma vez e substantivou-se. Depois fez-se verbo, e do verbo à carne foi um pulo.

Era um homem. Sentia-se bem assim. Não tinha história, nem tempo. Pronomes e advérbios cresciam à sua frente.

Passava por eles calmamente e de todos os lados eles eram agora enormes edifícios.

8/18/2007

"DONA FLOR", DE FRANCISCO INÁCIO PEIXOTO



Publicado em 1940 pela Editora Pongetti, Dona Flor (contos) é o primeiro livro solo de Francisco Inácio Peixoto

8/17/2007

CURTIÇÕES DO SÉCULO XIX




Temas não muito encontrados na ficção do século XIX no Brasil – pederastia, lesbianismo, sexo, violência – vão ser alguns dos ingredientes do caldeirão de O cortiço, de Aluísio de Azevedo, edição da série “Bom Livro”, da Editora Ática.
Dos principais romances do chamado Naturalismo do fim do Oitocentos, O cortiço sacudiu pra valer o conservadorismo da Corte de Dom Pedro II – mais acostumada aos versos de Gonçalves de Magalhães e aos romances de Joaquim Manoel de Macedo –, e fez sucesso tanto de público quanto de crítica.
As cenas vividas pelos personagens do livro no Rio de Janeiro e todo o seu caldo grosso até hoje ressoam nos ouvidos da província natal de Aluísio de Azevedo, o Maranhão. O romance retrata o dia-a-dia das pessoas pobres, nas antigas habitações coletivas denominadas cortiços.
Convivendo ao lado do sobrado – onde residiam os donos do cortiço –, seus moradores são mostrados em toda a crueza possível da época, ressaltando o autor as oposições não só entre os personagens (que são vistos em pares, como acentua o crítico Rui Mourão) como também a “luta” Cortiço X Sobrado, que aparece na trama da estória.
Com este livro, publicado em 1890, Aluísio de Azevedo expressou o Naturalismo no Brasil e, colocando sua lente nas camadas mais desfavorecidas da população, levou de uma só vez toda uma massa de anônimos e oprimidos para a galeria de personagens da literatura brasileira.
A edição, muito bem cuidada, traz, além do texto integral, excelente apresentação do crítico Rui Mourão, uma parte final com material iconográfico com dados do autor e da época e também um suplemento de leitura com exercícios para estudantes de literatura.

(imagem de Aluísio de Azevedo - divulgação)

8/13/2007

PREFEITURA MUNICIPAL DE CATAGUASES


Fachada da Prefeitura Municipal de Cataguases, 2006. Foto Natália Tinoco.

"OS PÁSSAROS", DE ANÍSIO MEDEIROS


Painel em azulejos "Os pássaros", de Anísio Medeiros, na praça Santa Rita, Cataguases. Foto Natália Tinoco.

HOTEL VILLAS E CENTRO CULTURAL EVA NIL


Visão conjunta do Hotel Villas e do Centro Cultural Eva Nil (Cataguases). Foto Natália Tinoco.

CATAGUASES ANTIGA I


Confluência das avenidas Astolfo Dutra e Humberto Mauro.

CATAGUASES ANTIGA II


Vista panorâmica do povoado de Cataguases, no início do século XX.

ASTOLFO DUTRA NICÁCIO


Bronze em homenagem ao deputado Astolfo Dutra Nicácio, sete vezes presidente da Câmara Federal. Na av. Astolfo Dutra, em Cataguases.

8/11/2007

GRUPO DE TEATRO DA FIC


Alunos de Letras do Grupo Teatro FIC, em momento de ensaio, 2006. Foto Natália Tinoco.

GRUPO DE TEATRO DA FIC



Alunos de Letras da FIC que participaram da encenação teatral "Vozes da Guerra", do professor Joaquim Branco (2004)