Será lançado no dia 11 de fevereiro, em Belo
Horizonte (e depois em Cataguases), o livro Beirais
das Gerais, com fotografia de Henrique Frade e texto de Leonardo Magalhães
Gomes.
Trata-se de um livro de arte fotográfica, com 319
páginas, em formato grande, capa dura e todo em cores e papel “couché”, e que
impressiona logo à primeira vista pela qualidade das imagens e da editoração.
Beirais das
Gerais é um retrato de Minas em todas as suas regiões, por isso está
dividido em cinco partes: a Zona da Mata e fronteira com o norte fluminense; a
divisa de Minas com o Espírito Santo; o encontro do estado com a Bahia; a
fronteira oeste; e São Paulo. A etapa final registra o retorno ao Rio de
Janeiro.
Cada parte da obra é antecedida por um mapa
detalhado das vias percorridas, seguido por um texto bem cuidado onde se narra
o roteiro da viagem e se anotam as características e o significado dos
topônimos e gentílicos encontrados, além de outras curiosidades.
Entretanto o que o leitor poderá captar ali de mais
significativo, logo após as primeiras páginas visualizadas, se estendendo por
todas as outras, é o enfoque principal da obra. A lente de Henrique Frade busca
as pessoas, os caminhos, as casas e o ambiente de simplicidade e pobreza do
mineiro interiorano e roceiro, bem como sua família, seu trabalho, para compor
a paisagem rica e cotidiana de nossa terra. Ali não se verá a urbe com seus
automóveis e prédios de apartamentos.
A visão da câmera é realista, porém nunca exacerbada
em retratos cruéis ou hiperrealistas, e sim naquilo que ela pode devolver – às
vezes em crítica e ironia – do que captou com tanta naturalidade e precisão.
Em meio a uma ambientação tipicamente mineira, nos
são mostrados a estrada rural do Rio Pardo, as arvorezinhas do povoado de
Araçaji, os cavaleiros de Almenara e Salto da Divisa, a estradinha de Janaúba,
o pequeno comércio de Porteirinha, balseiros e crianças do São Francisco,
moradores simples de São João das Missões, o casario de Januária, as igrejinhas
de Riacho da Cruz e muitas outras.
Uma emocionante viagem que vale a pena fazer,
página a página, e o leitor pode até se surpreender ao chegar às “locações”
percorridas por Guimarães Rosa para escrever o seu Grande sertão: veredas, e quem sabe encontrar por lá o vaqueiro
Riobaldo e sua Diadorim, o bandido Hermógenes, a noivinha Leonilda ou o temido chefão
Cara-de-Bronze – personagens tão ficcionais quanto reais do maior romance
escrito sobre o sertão de Minas Gerais.
Um comentário:
Puxa, deve ser mesmo muito bom!
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