2/16/2014

A MORTE DIRIGÍVEL


Drones são naves solitárias
que seguem um remoto comando
e, como folhas ao vento
ou como aves sem bando,
viajam no silêncio e na sombra.

Em seus bicos, trazem inscrita
a morte secreta e dirigível
que localiza em voo sinistro,
por um toque celular,
alguém que esteja no deserto,
no mar ou no indizível.

Um drone corta o espaço
em fatias de simples decupagens,
como se a viagem fosse apenas
pelo prazer do ar em suas penas.

Noturnos, eles traçam um voo cego
para pegar de surpresa o inimigo
ou qualquer um que desafie
o Império, o poder, o ego.

Voltam depois, na mesma noite-asilo
de que saíram, pois são velozes
vorazes assassinos do ar,
e, como estes, vão dormir tranquilos
nos hangares da inconsciência
que lhes tirou a inocência.

11-02-2014

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