12/18/2014

ENCONTRO CORAL


Ontem (17-12-2014) compareci a um evento interessante. O lançamento de um CD de registro para o Hino de Cataguases e um curta-metragem de Emanuel Messias tendo como tema um poema de Ascânio Lopes. Foi uma reunião agradável entre amigos-artistas e artistas-amigos. Agradeço pelo convite. Valeu a pena.
A propósito, lembrei-me de um texto que escrevi há tempos sobre um "Encontro de Corais" no Edgard Cine Teatro:

ENCONTRO DE CORAIS

Vozes veladas
veludosas vozes
volúpias de violões
vozes veladas. (Cruz e Sousa)

Um coro de vozes é uma reza unida que nunca vai-se apagar.

Ela atravessa as gargantas da História, vara o tempo, para se colocar no interior do Livro dos Cantos.

Este livro representa sua sentença de vida, ou a sua própria história.

Desde as primeiras vozes asiladas aqui no início do século, passando pelos Verdes – no Meia Pataca ainda de águas claras e límpidas – às décadas de 50, 60 e até hoje, Cataguases ouviu, de dentro de suas montanhas, inúmeros cânticos, todos eles corais, porque em grupos.

Celinas, Cabrais, Franciscos, Linas, Fuscos, Ascânios, Henriques, Wernecks e companhia ilimitada. Em outra leva, Lilas, Pierres, Rogérios, Lourdes, Alcinas, Celestes e muitos corais de igrejas e internatos, escolas e bandas de música.

Eram e são agora cantos corais de sempre, colhidos no vento e escritos em mil vozes na História.

O que seria a interpretação de um encontro de todos esses corais?

Um desfilar de vozes que foram, um dia, cada uma em si, e agora buscam eternamente ser um único som, uma só voz. Um encontro do encontro do encontro do encontro...que felizmente nunca vai terminar.
(visual da ponte por Natália Tinoco)

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