7/31/2007

Poemas na Blogosfera - III

TIGER

Joaquim Branco

“Corre a tarde em minh'alma e conjecturo
que o tigre vocativo do meu verso
é um tigre de símbolos e sombras (...)"

Jorge Luis Borges, “O outro tigre” (in O fazedor)




Theda Bara me olha
com olhos de quem
mata, e diz:

Desata-me.

Decifrado, o olhar
que espreitara antes
agora fuzila firme
e em cheio
contra o vidro
de um pesadelo.

(Só Borges enfrentara
o tigre antes.)

Felina, garras e boca
em perfeita dentição
são arremessos para lá
de ameaçadores
mesmo sob uma irretocada
e espessa vigília.

.

Um comentário:

Moacy Cirne disse...

Um belo poema, meu caro. Gostei bastante. Você ficou de mandar pra mim mais um poema visual (em jpg), não? Estou à espera. O outro, já lhe expliquei, não foi possível editar. Abração.