12/06/2015

REFUGIADOS / REFUGEES






REFUGIADOS / REFUGEES

Joaquim Branco

De frio e fome
cobertos apenas pela chuva
eles morrem às dezenas,
vindos do país do nada
para o nada caminhando.

Contra altas cercas do tempo, este
lhes prepara armadilhas de neve
para que não cheguem
nunca a parte alguma.

Com o ônus da miséria
e da guerra, nem a ONU
lhes concede a graça
de um teto seguro,
mesmo um duro abrigo.

São exércitos sem armas,
esfomeados do século da bastança
que não tiveram paz em seus países
e que não têm mais nem ânsia
de ver as cercas farpadas que
lhes perpassam os corpos.

Caminham em paralelas
para o infinito ou para a morte
sobre os trilhos que os libertem
da difícil batalha contra a sorte.

E esperam pacientemente receber
o que lhes devemos
em decência
simplesmente
em lugar da inocência.

06-12-2015

Um comentário:

666 disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.