9/11/2012

A MULHER NO SÉCULO DAS LUZES

Émilie Émilie - a ambição feminina no século XVIII
Elisabeth Badinter
Trad. Celeste Marcondes
Paz e Terra/Discurso Editorial/Duna Dueto.


O que mais se identifica com o século XVIII europeu do que a máxima de Hegel: “Nada de grande se faz jamais sem paixão”? Assim, tudo que, em tempos passados, representava equilíbrio e indiferença às vicissitudes da vida foi afastado em prol de uma nova moda que era viver sob a ótica do amor e das emoções.

O Setecentos trouxe não só o progresso das ciências, a Revolução Industrial, a Ilustração e a Encyclopédie, como o nascimento do romance como gênero literário popular em substituição às liras pastoris, epopeias e histórias de feitos virtuosos.

Por outro lado, o poder dos reis ainda no auge e a aristocracia brilhando nos salões retratam tanto esse século quanto o início de uma classe em ascensão: a dos burgueses.

Como tempero a essas transformações que iriam alterar o curso da história, a vida de duas mulheres notáveis – as primeiras pensadoras – mexe com a nossa curiosidade ao ler a obra de Elisabeth Badinter Émilie Émilie - a ambição feminina no século XVIII, edição tríplice da Paz e Terra, Discurso Editorial e Duna Dueto.

Tendo como pano de fundo o Século das Luzes, a história de duas damas da aristocracia francesa – Madame de Châtelet e Madame d’Epinay, ou simplesmente Émilie e Louise – é magnificamente descrita no ambiente de sedução e de lances de fingimento e coragem na Corte.

A historiadora francesa Elisabeth Badinter deu ao seu trabalho, por um lado características de pesquisa séria, por outro uma tonalidade romanesca que o torna de sabor inigualável para leitores exigentes de todas as idades e gostos. Ler este livro é penetrar nos salões imperiais dos tempos do Iluminismo.

5 comentários:

N. Rodrigues disse...

Mal cheguei e já dei de cara com a Elisabeth Badinter - que coisa boa! Este mês, embaixo do meu travesseiro, está o Mito do amor materno, dessa francesa que não tem papas na língua :)

Voltarei a visitá-lo com toda certeza!

Joaquim Branco disse...

oi, Nicole, bom que tenha gostado do blog. Abraço, JB

Anônimo disse...

Que maravilha o surgimento do pensamento feminino no mundo das artes no Setecentos, este período tão fecundo. Interessante como os estilos de época são marcantes em todas as áreas da vida, principalmente no mundo artístico. O texto é ótimo!
Angela Nair Ribeiro da Silva

Joaquim Branco disse...

Estou conseguindo pelo menos uma leitora assídua destes meus comentários. Obrigado. Abrçs, JB

Anônimo disse...

Ao reler o texto sobre Elisabeth Badinter, percebo que, a vida toda, a mulher lutou por seu reconhecimento. Eternamente, na busca pela igualdade e liberdade da opressão dos costumes. É uma luta secular! Talvez, um dia, consiga atingir seu objetivo. Bom dia, Joaquim!
Angela Nair