6/12/2012

NA CAIXA DE MENSAGENS... ÀS 16:43 (“short-net-story”)



– td bem?
– td e vc?
– graças a Deus, td.
– o que manda?
– ñ, eu ñ mando nada.
– de vez em quando vc aparece na minha caixa de mensagens...
– fazendo...
– ... mistério.
– meu pai! fala sério.
– ??
– te atrapalho...?
– ñ, estou apenas querendo saber o quê.
– vc disse que eu apareço em sua caixa de mensagem, fiquei preocupada.
– ñ se preocupe, vc já me perguntou se estava td bem, respondi, coisas de internet, linha cruzada.
– !!
– achei interessante esta conversa como diálogo de personagens.
– tenho que ter muito cuidado com minha escrita, né?
– ??
– mas, referente à caixa de mensagens, o que vc diz?
– estou pensando em escrever um conto com este diálogo de 2 pessoas que não se conhecem.
– adorei, vai em frente, vai arrasar, ñ nos conhecemos mas papai do céu conhece cada um de nós, oportunidade ñ irá faltar, um dia nos conhecemos.
– este material tá ficando bom.
– suas mãos serão abençoadas sempre.
– (?) posso utilizar sua fala? vou encaixar como um texto sem narração, apenas diálogos, sem citar nomes, é claro.
– ok, boa sorte, mocinho, vai bombar.
– depois leia o resultado no meu blog.
– sim, como faço, e quando vai ser?
– talvez ainda hoje.
– sou meio careta na net ainda.
– vou caprichar.
– ah! disso eu ñ tenho dúvida, quando vai ser?
– hoje à noite.
– e o que eu faço, hein? qual o meu papel?
– será o seu primeiro papel como protagonista de uma história.
– sei não, hein? estranho, ñ entendo nada, verdade.
– aviso pelo facebook, no local das suas mensagens.
– uma atriz virtual, né?
– isso, só que vc mesma criou o seu diálogo.
– tá certo, aguardo.
– e geralmente as atrizes só decoram o texto alheio...
– tô dizendo que ñ entendo nada kkkkkkkkkkk.
– vai ser divertido.
– vc ñ vai citar meu nome, né?
– claro que ñ, mas vc ñ disse nada de mais.
– como funciona isso? sou iniciante.
– é novo, inventei agora.
– e minha imagem, hein?
– ñ haverá imagem, é um conto.
– tô com medo.
– então leia o meu perfil.
– vc ficou chateado comigo...?
– ñ fiquei, vc tem razão de ter medo.
– vc me entende.
– entendo sim.
– mas td bem, manda ver.
– já estou preparando o texto.
– obrigada por me entender.
– vai sair um pouco "glamourizado", é natural na ficção.
– muito bacana seu talento, viu?
– obrigado.
– fique em paz.
– vc também.
– um bom final de tarde.
– pra todos nós, que Deus nos abençoe.
– eu ia dizer isso, fique dito.
– kkkkkkkkkkkkkk
– ehehehehehehehe
– tudo bem, né?
– tudo, espero que ñ fique preocupada.
– vou confiar em vc pq senti no meu coração que vc é uma pessoa boa.
– poxa, ainda tá temerosa...
– ñ é isso, ñ me entenda mal, por favor.
– vc ñ fez nada de mau.
– ok mestre.
– ok atriz.
– rsrsrs
– vai dar tudo certo.
– eu te aluguei mesmo, né?
– ñ me alugou ñ. Eu dei corda porque precisava de um tema para escrever.
– e achou.
– pois é.
– espero ter te ajudado a ter algumas ideias diferenciadas.
– vc nem imagina...
– dá licença, tenho que sair, bjs e se cuida, viu? bom trabalho.
– bye!
– até mais!

6 comentários:

Teócrito Abritta disse...

Maravilhosa “crônica-reflexiva” sobre a incomunicabilidade diante das infinitas possibilidades de comunicação do universo da internet.

Teócrito Abritta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Joaquim Branco disse...

Teócrito, os leitores ajudam a fazer os textos. Obrigado. Abrçs, JB

Maria Antônia disse...

Ficou kafkiano.

Anônimo disse...

Muito engraçado...
Vi, neste texto, muitas característica de alguém que conheço profundamente.
A Maria Antônia tem razão, totalmente Kafkiano.
Bom sábado!
Angela Nair

Joaquim Branco disse...

Kafka era um bruxo e já está se metendo até na internet,
Angela, este texto é fruto de algo que aconteceu inesperadamente comigo. Eu apenas ficcionalizei um pouco. Já estava praticamente pronto.Tudo é verdadeiro.