Entre as histórias que povoaram a infância de boa parte da minha geração, encontram-se os contos de Malba Tahan (1895-1974), esse professor brasileiro que se especializou em cultura oriental, geralmente ligada a problemas de matemática.
Lia com encantamento suas estórias pontilhadas de mistério, em que se encontravam sábios, leões, xeques, gatos siameses e princesas, todos personagens de um texto que ressaltava a simplicidade e a concisão narrativa.
Lembro-me de Paca tatu, Maktub e principalmente de O homem que calculava, o mais famoso de seus livros. Acima da curiosidade dos problemas aritméticos ali propostos, atraíam-me os temas inusitados e a maneira leve e interessante como Malba Tahan escrevia.
O tema me remete a outro sonhador com o Oriente – Jorge Luis Borges – que afirma em seu livro Sete noites:
“A gente tem vontade de perder-se em ‘As mil e uma noites’, pois sabe que, se entrar nesse livro, é capaz de esquecer nosso pobre destino humano”.
Citado por Borges, o inglês-indiano Kipling acrescenta algo não menos precioso:
“Se ouvires o apelo do Oriente, já não ouvirás outra coisa”.
Pode ser encontrada nas livrarias uma compilação dos melhores trabalhos de M. Tahan intitulada Contos e lendas orientais, edição ilustrada da Ediouro, que, além de entretenimento, constitui boa literatura para leitores de todas as idades exercitarem sua imaginação e desenvolverem suas técnicas de escrever.
3 comentários:
Outro que muito me marcou foi Hermann Hesse com seu "Sidarta". Descrição e história fantásticas. O oriente é mesmo muito sedutor.
Sim, Guilherme, me esqueci de citar Hermann Hesse e alguns outros grandes autores do maravilhoso.
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