TIGER
Joaquim Branco
“Corre a tarde em minh'alma e conjecturo
que o tigre vocativo do meu verso
é um tigre de símbolos e sombras (...)"
Jorge Luis Borges, “O outro tigre” (in O fazedor)
Theda Bara me olha
com olhos de quem
mata, e diz:
Desata-me.
Decifrado, o olhar
que espreitara antes
agora fuzila firme
e em cheio
contra o vidro
de um pesadelo.
(Só Borges enfrentara
o tigre antes.)
Felina, garras e boca
em perfeita dentição
são arremessos para lá
de ameaçadores
mesmo sob uma irretocada
e espessa vigília.
.
Um comentário:
Um belo poema, meu caro. Gostei bastante. Você ficou de mandar pra mim mais um poema visual (em jpg), não? Estou à espera. O outro, já lhe expliquei, não foi possível editar. Abração.
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